Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Depois que o Brasil finalmente se livrou, em 3 de agosto, da estranha maneira de exprimir a octanagem da gasolina pelo irracional, burro e incompreensível índice antidetonante (IAD) restando no mundo apenas Estados Unidos e Canadá utilizando-o, os brasileiros se viram diante da universal octanagem RON, a que é obtida pelo Método Pesquisa (Research Method), daí RON, Número de Octanas Pesquisa (Research Octane Number).
A octanagem da gasolina só mudou de nome, continua igual. Antes da mudança tínhamos gasolinas comum e premium. Gasolina comum, existia a não aditivada (Petrobrás, Shell, Ipiranga Original) e a aditivada (Petrobrás Grid, Shell V-Power, Ipiranga DT Clean). Premium, quatro: Petrobrás Premium (teoricamente, não se acha nos postos), Petrobrás Podium, Shell V-Power Racing e Ipiranga Octapro.
Casa arrumada, então? Ainda não.
A Shell só tem gasolina aditivada e não informa sua octanagem. A premium V-Power Racing tem octanagem “mínima” 98 RON e não é dito qual é a máxima (informações obtidas do site da empresa).
Ipiranga: o site da empresa informa a gasolina Original, mas sem mencionar octanagem. Fala na aditivada DT Clean, mas nada sobre sua octanagem também. Finalmente, sua gasolina premium, a Octapro, de 103 RON.
A Petrobrás informa gasolina comum 92 RON (mínimo, não diz qual o máximo), mas diz que sua gasolina comum já é 93 RON, octanagem obrigatória da gasolina comum pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a partir de 01/01/2021. Informa (no seu site) que a sua gasolina Premium (a tal que não encontra nos postos) é de 97 RON mínimo. A Podium, nem uma palavra sobre octanagem, embora minha confiável fonte diga ser 102 RON, assim como a gasolina comum/comum aditivada há tempo ser 95 RON e que a ANP só não estabeleceu essa octanagem com mínimo porque ainda existem refinarias que não conseguem produzir a gasolina A (sem etanol) que, misturada com etanol, chegue a 95 RON.
De fato, há motores hoje com taxa de compressão 13:1 (Etios/Yaris) 13,2: 1 (Fiat Firely) que jamais poderiam funcionar corretamente com gasolina 92 RON
Cabe lembrar que a Resolução nº 807/2020 que mudou a informação de octanagem da gasolina, estabeleceu também densidade mínima, nos postos, para qualquer gasolina, de 715 kg/m³. Cabe lembrar também que a porcentagem de etanol na gasolina permanece 27,5% para as gasolinas comum e aditivada e 25%, para as premium. É lei federal.
Diante dessa “briga de octanagem”, onde se situa o consumidor? Como as fabricantes não informam com clareza se haveria ou não benefício (em maior potência e menor consumo) abastecer carro de motor flex com gasolina premium, felizmente o teste que proprietário pode fazer é muito fácil e barato: basta abastecer com essas gasolinas e o observar o funcionamento do motor.
Bob Sharp é jornalista, foi piloto de competição e teve três passagens pela indústria automobilística. É também o editor-técnico da CARRO e mais um apaixonado por automóveis. Você concorda, discorda ou quer esclarecer algum assunto com o nosso colunista? Envie sua mensagem para: escortbayan1.com@hotmail.com.
O jeito é volta a andar de carroça
Nossa esse artigo alerta porém não ajuda muito.
Como podemos exigir, pois pelo que vejo está claro na lei, que os fornecedores de gasolina especifiquem a octanagem?
O que precisa ser feito ?
Né … piorou a situação …kkkk
e Eu querendo saber qual colocar , v-power , grid ou dt clean.
Eu só queria saber se Shell V-power era boa, mais fiquei bastante confuso.
Saudações, na verdade estamos sempre falando mais do mesmo, ou seja tudo aqui e sempre duvidoso, gasolina Premium mostarda com etanol??? Como podemos chamar isso de Premium? Mais uma vez tudo se refere a interesses econômicos e políticos, pois parecemos o Oriente Médio com o etanol, álcool ou seja lá o nome que queira dar, pois e só os usineiros reclamarem que estão ganhando pouco que o valor do combustível sobe e a taxa de etanol na gasolina e alterada para favorece-los, os produtores de petróleo são assim também, se o barril cai de valor eles limitam a produção para subir o preço, mas isso e a república das bananas em que vivemos, onde e tudo caro e de qualidade duvidosa!
Devido a bagunça descrita na matéria, tenho usado apenas gasolina premium em meu carro, pois seu motor THP não gosta do combustível de qualidade duvidosa que caracteriza o atual. Trata-se do preço a pagar quando se investe em um veículo melhor e não se pretende destruir ou incluir limitações em seu patrimônio, já que pagar por um veículo decente e aceitar andar de fusca é no mínimo burrice, afinal ainda existem fuscas e similares a venda. Acreditava que finalmente teríamos uma gasolina melhor, entretanto pelo que entendi do artigo o que tivemos foi uma mudança de critérios de aferição e que o não fiscalizado e deprimente combustível continua praticamente o mesmo, então continuarei usando a premium e quando não mais puder pagá-la andarei de bicicleta ou veículo de tração animal, opções que reconheço se aproximam mais da realidade nacional.