Todos os carros correm risco de pegar fogo. Veja quais são as principais causas
Toyota Prius, híbridos também não escapam do risco de incendio
De acordo com os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), existem em torno de 2.800 eletropostos públicos e privados espalhados pelo Brasil. A tendência é que mais estações sejam instaladas, uma vez que foram vendidas 4.706 unidades neste ano no país, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com isso, a frequência de usuários nesses postos já começa a subir, exigindo atenção de quem utiliza os postos elétricos.
Apesar da crescente produção eletrificada, Herbert Abreu, técnico eletrotécnico da Loja Elétrica, afirma que é necessário que o motorista tome alguns cuidados na hora da recarga. “Durante o carregamento pode haver corrente irregular na bateria de lítio, o que aumenta sua temperatura exponencialmente e libera seus componentes químicos inflamáveis que, em contato com o ar, provocam um incêndio”, descreve.
Segundo o especialista, quando o fogo é provocado por essa reação, é necessário dias para conter as chamas e um consumo de mais de 45 mil litros de água. “Podem causar combustão na bateria de lítio a má instalação, cabos desencapados, subdimensionamento da proteção do sistema, falta de aterramento, mau contato do plugue, uso incorreto dos equipamentos, falha elétrica do veículo, colisão, ruptura do cabo de comunicação e ausência de sistema de gerenciamento de bateria”, explica Abreu.
As cautelas valem para o carregamento residencial, como observa Herbert Abreu. “É importante o auxílio de um eletricista para verificar a capacidade da rede elétrica da casa, com isso o usuário comprará o tipo mais adequado. Escolha o carregador que tenha o selo ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)”.
Thiago Castilha, Diretor da E-wolf, empresa de soluções de recarga e parceira oficial da BYD no Brasil, explica que o consumidor que investe em um carro elétrico, que custa mais de R$ 150 mil, não pode deixar de lado a maneira de recarga: “Uma instalação ruim interfere muito na qualidade do armazenamento, na durabilidade e autonomia da bateria, bem como na segurança da família”.
Ele também faz um contraponto, mostrando que os incêndios não são uma exclusividade dos elétricos. Muitos carros a combustão também correm esse risco. A afirmação está baseada em um estudo feito pela seguradora norte-americana AutoInsurance EZ.
De acordo com a pesquisa, nos Estados Unidos 25,1 carros elétricos pegam fogo a cada 100 mil vendidos. No caso dos híbridos, 3.475,5 são incendiados a cada 100 mil comercializados. Já no caso dos modelos a combustão 1.529,9 pegam fogo a cada 100 mil vendidos. Outro dado da pesquisa mostra que a maioria dos incêndios ocorre após uma colisão entre veículos. Falhas elétricas e vazamento de combustível ocupam a segunda posição na lista das causas. Falta de manutenção preventiva e o cigarro completam os itens.